Quer ser mais produtivo? A Nasa encontrou o segredo
Os primeiros resultados começaram a aparecer – e também dão pistas de como se tornar mais eficiente no planeta Terra.
Sua equipe mediu a concentração, as emoções e o estresse dos astronautas no seu dia a dia. Eles perceberam que a grande armadilha para ser produtivo está nas transições entre as tarefas.
Quando terminamos uma obrigação e passamos para a próxima, existe um “engajamento residual”: na prática, um “resto” daquele compromisso anterior que continua grudado na mente.
Ele pode aparecer na forma de animação (por ter conseguido terminar algo difícil), frustração (por ter falhado), distração ou teimosia – e esse estado de espírito permanece depois da transição de tarefas.
Se a tarefa anterior era complexa e importante ou ficou incompleta, fica quase impossível “trocar de marcha” rapidamente, explica LePine ao site Quartz.
Para ultrapassar esse problema, a estratégia seria diminuir ao máximo o número de transições necessárias.
A ideia é juntar as tarefas parecidas: juntar um bloco dos trabalhos que te fazem quebrar a cabeça, para aproveitar os resíduos de concentração, e fazer as mais rápidas e simples todas de uma vez.
Assim, o seu mindset não precisa mudar tantas vezes e uma tarefa não “contamina” a outra.
Outro alerta dos cientistas é prestar a atenção nas emoções no momento de transição. Se existe uma tarefa diária que te deixa irritado – responder emails, retornar ligações, fazer reuniões – a proposta é se programar para resolver os compromissos mais complexos antes de passar por esse estresse.
E o que a Nasa tem a ver com isso? Na Estação Espacial, os astronautas fazem pesquisas incríveis e supercomplexas. Mas, como você e eu, ainda tem que brincar de casinha: não só varrer o chão, como fazer a manutenção dos sistemas de suporte de vida.
A diferença é que, ao contrário de largar a louça suja na Terra, deixar de fazer tarefas domésticas no espaço pode ser fatal.
Além de variar sua mentalidade entre a de cientista e a de faxineiro, o astronauta ainda passa horas trabalhando sozinho para depois realizar tarefas totalmente dependentes do resto da equipe – e, no momento em que essas transições acontecem, LePine identificou um risco maior de distração, que pode eventualmente acabar em desastre.
Entender a melhor forma de organizar as tarefas e diminuir o estresse dessas transições é essencial para chegar em casa e ter a sensação de dever cumprido – seja depois de um longo dia de trabalho ou de seis meses flutuando ao redor da Terra.
Fonte: Exame.com, 11/07/2016 texto de Ana Carolina Leonardi, da Superinteressante