10 mulheres que transformam o empreendedorismo e a tecnologia no Brasil

Fundadoras, executivas e investidoras compõem a lista de empreendedoras que se provaram referência em inovação

Por Mariana Fonsecaaccess_time8 mar 2019, 07h33 – Publicado em 8 mar 2019, 06h00

As mulheres já são a maioria ao fundar empreendimentos brasileiros, de acordo com o estudo Global Entrepreneurship Monitor.

Com o passar dos anos, muitas delas se provaram referências: levaram suas empresas para frente, criaram aceleradoras e tornaram-se investidores em novas ideias de negócio. Isso tudo apesar de um cenário difícil para a expansão de suas empresas, que começa com a dificuldade em conciliar empreendimento com família e termina com o preconceito de gênero barrando a obtenção de aportes e financiamentos.

A cada dez mulheres, quatro não retornam ao mercado de trabalho após a licença-maternidade. Um estudo do Babson College, dos Estados Unidos, mostrou que, enquanto as mulheres detêm cerca de 40% dos negócios do país, apenas perto de 5% de todos os investimentos de capital e apenas 3% do financiamento de capital de risco vão para empresas chefiadas por elas.

EXAME selecionou algumas inovadoras que transformam o empreendedorismo e a tecnologia no Brasil. As indicações vieram de Renata Zanuto, diretora de ecossistema no espaço de coworking e fomento ao empreendedorismo tecnológico Cubo Itaú, e Itali Collini, diretora da aceleradora 500 Startups no Brasil.

Confira, a seguir, 10 mulheres que transformam o empreendedorismo e a tecnologia no Brasil:

1 – Ana Fontes (Rede Mulher Empreendedora)

Ana Fontes, da Rede Mulher Empreendedora

 Ana Fontes, da Rede Mulher Empreendedora

Ana Fontes, da Rede Mulher Empreendedora (Rede Mulher Empreendedora/Facebook/Reprodução)

Ana Fontes é presidente da Rede Mulher Empreendedora, organização de apoio ao empreendedorismo feminino no país. Hoje, a rede conta com 500 mil participantes, de acordo com Fontes. Recentemente, a RME se expandiu para o Instituto Rede Mulher Empreendedora, que busca políticas públicas e sociais para o desenvolvimento de empreendedoras. Professora na Fundação Getúlio Vargas (FGV) e no Insper, Fontes começou sua carreira como executiva de marketing em multinacionais como Volkswagen e associação como a Febraban, de bancos.

2 – Bedy Yang (500 Startups)

Bedy Yang, sócia operadora da 500 Startups

 Bedy Yang, sócia operadora da 500 Startups

Bedy Yang, sócia operadora da 500 Startups (500 Startups/Divulgação)

Bedy Yang é sócia operadora da 500 Startups, uma das aceleradoras mais aclamadas do Vale do Silício (Estados Unidos) e conhecida por sua tese de fomentar a diversidade de fundadores, incluindo a apoio a fundadoras. Antes da 500, Yang fundou a Brazil Innovators, rede com o propósito de conectar brasileiros a polos mundiais de inovação, incluindo o Vale.

3 – Camila Achutti (Mastertech)

Camila Achutti, fundadora do Mastertech

 Camila Achutti, fundadora da Mastertech

Camila Achutti, fundadora da Mastertech (Mastertech/Divulgação)

Camila Achutti é dona de duas startups com foco em inovação e com faturamentos milionários: a consultoria em inovação Ponte 21 e a plataforma de educação em tecnologia Mastertech. Somando as duas empresas, Achutti emprega quase 30 pessoas em seus negócios.

“Eu sempre acho que o fato de não termos muitas mulheres faz com que a gente deixe de resolver os problemas que precisamos resolver”, afirmou anteriormente Achutti a EXAME. “54% dos empreendedores são mulheres, mas é tudo negócio offline, com pouca margem de lucro, pouca escalável, é a lojinha, o bazar. A gente tira dessas mulheres a possibilidade de se envolverem com tecnologia, a gente não mostra para essas meninas outra possibilidade.”

4 – Camila Farani (G2 Capital e Mulheres Investidoras Anjo)

A investidora Camila Farani

 A investidora Camila Farani

A investidora Camila Farani (Foto/Divulgação)

Camila Farani é uma advogada carioca que se tornou referência quando se fala em investimento anjo. Criou os fundos Gávea Angels, Mulheres Investidoras Anjo e G2 Capital. O MIA foi o primeiro grupo de investidoras anjo do Brasil, focando em negócios liderados por mulheres, e impactou mais de 600 empreendedoras. Na pessoa física, Farani já investiu em mais de 30 startups. Anteriormente, a investidora criou negócios próprios (uma cafeteria e uma loja de comida fresca), e foi diretora na Mundo Verde, rede de produtos naturais, e lecionou na FGV.

5 – Cristina Junqueira (Nubank)

Cristina Junqueira, do Nubank

 Cristina Junqueira, do Nubank

Cristina Junqueira, do Nubank (Nubank/Divulgação)

Cristina Junqueira é uma das fundadoras do Nubank, fintech brasileira avaliada em quatro bilhões de dólares e com cinco milhões de usuários. Hoje, é vice-presidente de marca e desenvolvimento de negócios na startup.

Junqueira começou sua carreira como estrategista na consultoria Boston Consulting Group. Trabalhou por anos no Itaú Unibanco, administrando produtos e marketing nas áreas de empréstimo e cartão de crédito ao consumidor. A empreendedora entrou para a lista da revista Forbes de mulheres mais poderosas do Brasil em 2017.

6 – Dani Junco (B2Mamy Aceleradora)

Dani Junco, da B2Mamy Aceleradora

 Dani Junco, da B2Mamy Aceleradora

Dani Junco, da B2Mamy Aceleradora (Dani Junco/LinkedIn/Reprodução)

Dani Junco é CEO da B2Mamy, uma aceleradora focada em mães empreendedoras. Com 2,8 mil horas de conteúdo digital, a aceleradora impactou 600 mulheres em encontros; mentorou 400 delas por meio do programa de um dia intensivo B2Mamy Start; e acelerou 75 dessas empreendedoras pelo programa B2Mamy Pulse, com três meses de duração. A B2Mamy é apoiada pelo Google, por meio da iniciativa Google Developers Launchpad.

Além de orientar as fundadoras, a aceleradora é chamada para falar em empresas e discutir diversidade no ambiente de trabalho e apoio às profissionais mães. Junco também é professora de empreendedorismo no Senac.

7 – Daniela Binatti (Pismo)

Daniela Binatti é co-fundadora da Pismo

 Daniela Binatti é co-fundadora da Pismo

Daniela Binatti é co-fundadora da Pismo (Pismo/Divulgação)

Daniela Binatti é co-fundadora e diretora de tecnologia da Pismo, startup que terceiriza a gestão dos meios de pagamentos de outras empresas, por meio da computação em nuvem. Ela é uma referência de empreendedora em setores e cargos anteriormente associado aos homens — respectivamente, pagamentos e diretor de tecnologia.

Binatti possui mais de 20 anos de experiência no setor de pagamentos, trabalhando em empresas como Conductor. Anteriormente, trabalhou com tecnologia nas empresas S&M Consultores e Shared Informática.

8 – Maitê Lourenço (BlackRocks Startups)

Maitê Lourenço, do BlackRocks Startups

 Maitê Lourenço, do BlackRocks Startups

Maitê Lourenço, do BlackRocks Startups (Maitê Lourenço/Divulgação)

Maitê Lourenço é fundadora e CEO do BlackRocks Startups, aceleradora de startups dedicada a promover empreendedores e executivos negros. A psicóloga e empreendedora contou a VEJA que, nos eventos dos quais participava, frequentemente era a única empresária negra nos auditórios ou nas salas de reunião. Nasceu, desse choque, a BlackRocks.

A aceleradora procura estabelecer o acesso dos empreendedores e profissionais ao ecossistema empreendedor brasileiro, com conexão com empresários, mentores, outras startups, instituições de ensino e programas de capacitação e de desenvolvimento de ideias de negócio. Também estabelece um diálogo com movimentos sociais e de públicos como mulheres, negros, LGBTT e deficientes.

9 – Maria Rita Spina Bueno (Anjos do Brasil)

Maria Rita Spina Bueno, da Anjos do Brasil

 Maria Rita Spina Bueno, da Anjos do Brasil

Maria Rita Spina Bueno, da Anjos do Brasil (Carol Kappaun/Anjos do Brasil/Divulgação)

Maria Rita Spina Bueno é diretora executiva na Anjos do Brasil, entidade sem fins lucrativos que fomenta o investimento anjo e apoia o empreendedorismo de inovação no país. A Anjos surgiu em 2011 e percebeu um progressivo amadurecimento do mercado. A entidade estima que existam 7.615 investidores anjos no país e um total de 984 milhões de reais aportados no ano de 2017, alta de 16% sobre o ano anterior. Junto com Camila Farani, Spina Bueno também participou da fundação de Mulheres Investidoras Anjo (MIA).

10 – Nina Silva (Movimento Black Money)

Nina Silva, do Movimento Black Money

 Nina Silva, do Movimento Black Money

Nina Silva, do Movimento Black Money (Nina Silva/Divulgação)

Nina Silva fundou o Movimento Black Money, para promover o ecossistema afroempreendedor pela educação, e o D’Black Bank, fintech que conecta consumidores a empreendedores negros para serviços financeiros 100% digitais.

Com 16 anos de experiência em produtos e serviços em tecnologia da informação, Silva trabalhou para empresas como a fabricante de bebidas Heineken, a montadora Honda e a empresa de cosméticos L’Oréal. Silva é hoje líder em gestão de projetos em TI na empresa do ramo ThoughtWorks.

Fonte: https://exame.abril.com.br/pme/10-mulheres-que-transformam-o-empreendedorismo-e-a-tecnologia-no-brasil/

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