Precisamos falar sobre a Síndrome de Burnout
Segundo dados do ISMA Brasil (International Stress Management Association), 70% dos brasileiros acabam tendo problemas com estresse, dos quais 30% podem desenvolver a Síndrome de Burnout. E ao realizar uma pesquisa em nove países, a ISMA-Brasil concluiu que o Brasil ocupa o segundo lugar em nível de estresse, perdendo apenas para o Japão.
Mas no dia 1º de janeiro de 2022, com a nova classificação da Organização Mundial da Saúde (OMS) entrando em vigor, foi iniciado um movimento. Tudo isso devido ao fato de que uma das principais modificações que a CID-11 apresentou foi com relação à Síndrome de Burnout.
Se você quer entender melhor sobre o tema, continue lendo este artigo.
O que é a Síndrome de Burnout?
A síndrome de Burnout, ou síndrome do esgotamento profissional, foi descrita pela primeira vez em 1974 por Freudeberger, um médico americano. O transtorno está registrado no grupo 24 do CID-11 com sintomas de exaustão extrema, estresse e esgotamento físico resultante de situações de trabalho desgastante, que demandam muita competitividade ou responsabilidade.
A principal causa da doença é justamente o excesso de trabalho e, como o próprio termo em inglês já explica, de esgotamento.
Quais são os principais sintomas?
- Cansaço excessivo, físico e mental
- Dor de cabeça frequente
- Alterações no apetite
- Insônia
- Dificuldades de concentração
- Sentimentos de fracasso e insegurança
- Negatividade constante
- Alterações repentinas de humor
- Isolamento
- Fadiga
- Dores musculares
- Problemas gastrointestinais
- Alteração nos batimentos cardíacos
Normalmente esses sintomas surgem de forma leve, mas tendem a piorar com o passar dos dias. Consequentemente, muitos pensam que se trata de algo passageiro.
E para evitar problemas mais sérios e complicações da doença, é fundamental buscar apoio profissional assim que notar qualquer sinal. Pois, pode ser algo passageiro, como pode ser o início da Síndrome de Burnout.
Qual foi a mudança do CID-11 com relação ao Burnout?
Anteriormente, na CID-10, o Burnout encontrava-se na categoria “Z – Fatores que influenciam o estado de saúde: (…) riscos potenciais à saúde relacionados com circunstâncias socioeconômicas e psicossociais”, vinculada com o ritmo de trabalho penoso e outras dificuldades físicas e mentais laborais. No entanto, com a CID-11, a Síndrome de Burnout foi oficializada como um fenômeno crônico.
O reconhecimento de uma nova doença facilita a gestão de dados médicos e consequente classificação de síndromes crônicas. Com isso, será possível acompanhar o crescimento dos dados de forma mais apurada. Além disso, a entrada do Burnout no CID-11 permitirá às empresas identificar e acompanhar os motivos dos afastamentos.
Como a oficialização da Síndrome de Burnout pode afetar a dinâmica do seu negócio?
A expectativa dessa mudança é de um mercado de trabalho mais saudável, reduzindo o stress da jornada. Mas com a oficialização da OMS, torna-se imprescindível que medidas preventivas e de monitoramento sejam constantes no ambiente de trabalho, inclusive por possíveis reflexos financeiros e jurídicos.
Afinal, o conceito de “estresse crônico de trabalho” já vincula ao trabalho e não mais à pessoa do trabalhador.
Como a liderança pode ajudar a cuidar da saúde mental dos colaboradores?
Todas as empresas com altos índices de burnout têm três aspectos em comum: colaboração excessiva, má administração do tempo e tendência a sobrecarregar os mais capazes.
Por isso, elogie seus funcionários no dia a dia; empodere sua equipe; dê voz a cada pessoa; reconheça todos os esforços de forma clara, independente e genuína; e, por fim, procure ajuda de parceiros que saibam como auxiliar nessa jornada.
E algumas outras sugestões que podem auxiliar a liderança nessa missão são:
- reforce a importância da atividade física;
- organize atividades em grupo e transforme ideias em hábitos;
- proporcionar aulas de mindfulness e ioga para aliviar a ansiedade e estresse, melhorar a concentração, a produtividade e o foco;
- trazer palestras sobre autoconhecimento e bem-estar, com dicas e exercícios práticos sobre como ter uma rotina saudável, pessoal e profissional;
- promover sessões individuais de terapias holísticas e integrativas.
Dessa forma será criada uma cultura interna de bem-estar que envolve todo o time.
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