Perdi meu emprego, o que faço?

Primeiro: Respire fundo! 

Ok, já respirou, colocou as mágoas, ressentimentos e medos nas devidas proporções, agora é hora de pensar de forma prática  e racional para buscar uma nova recolocação e como viver até este dia chegar. 

Em tempos de crise e retração do mercado de trabalho, um plano de transição de carreira  deve considerar um horizonte de tempo que pode ser de seis a oito meses, por exemplo,  para quem busca cargos mais estratégicos e/ou de gestão.

Mesmo que você tenha reservas financeiras (infelizmente são poucos os que vivem esta privilegiada situação), é hora de olhar com atenção os seus custos fixos e variáveis. Neste momento ter o controle das contas é um problema a menos e ajuda a baixar o nível de ansiedade que normalmente está alto. 

Apoio é muito importante nesta fase. Converse com quem você confia.

Se você for casado(a), alinhe com seu parceiro(a) os custos que podem ser minimizados antes de levar este assunto aos demais membros da família ou pessoas que vão ser impactadas pela redução do orçamento. Conversar com seu cônjuge e familiares sobre a nova realidade financeira da família pode ser um momento difícil, mas que precisa ser enfrentado. Coloque a situação com tranquilidade e mostre-se otimista para não gerar mais ansiedade.

Na People TI quando trabalhamos com profissionais que estão passando por processos de outplacement / recolocação / transição de carreira orientamos a pensar em fontes alternativas de renda. Dar aulas, prestar consultoria, apoiar um parente, amigo, fornecedores, ex clientes, ex empregadores em projetos onde suas competências podem ser aplicadas. Este é um meio de continuar  no circuito de negócios, manter ativa a sua rede de relacionamentos e ainda ter um rendimento.

Corte gastos, mas não seja radical! Mantenha alguns que possam trazer motivação, ir à academia ou pedir uma pizza com amigos são programas que irão  propiciar momentos de prazer e manter você abastecido das endorfinas que as coisas boas da vida proporcionam.

Organize-se. Crie uma rotina de trabalho com metas diárias.

Lembre-se: procurar trabalho dá trabalho! 

Organize seu cotidiano considerando pelo menos seis horas diárias dedicadas à busca de recolocação. Informe sua família desta nova ocupação e fuja do “já que”:já que você não está trabalhando, pode …. fazer as compras da semana / levar o cachorro para passear / esperar o encanador vir para a manutenção / etc. É claro que sua disponibilidade pode ser utilizada para ajudar nas coisas do cotidiano, mas lembre-se de não permitir excessos que impeçam de trabalhar na sua recolocação.

Dedique-se com empenho  e aproveite para refletir e responder perguntas como: 

  • Quais os talentos naturais que as pessoas reconhecem em mim?
  • Quais competências fizeram com que eu me destacasse nos empregos anteriores?
  • Em que tipo de ambiente corporativo me sinto mais confortável? Empresas grandes, pequenas, muito ou pouco estruturadas, hierárquicas ou não, etc?
  • Onde estão os gaps de competências que podem me afastar dos cargos que eu tenho interesse em conquistar? São gaps técnicos ou comportamentais?
Autoconhecimento.

Resgatar resultados de avaliação de perfil/assessment de processos seletivos, resultados de avaliação de desempenho, conteúdos de conversas de feedback e/ou de avaliação de potencial realizados nas empresas onde você trabalhou podem trazer alguma luz para responder aos questionamentos acima. Caso não tenha nenhuma destas informações ou sejam muito antigas, talvez seja a hora de fazer uma avaliação de perfil e obter estas  informações atualizadas num momento tão importante como este.

Ter em mãos o conteúdo da sua avaliação de perfil/assessment vai permitir que você colha informações relativas a vários aspectos do seu estilo comportamental/perfil, tais como: fatores motivacionais e desmotivacionais facilidade para trabalhar em equipe, resistência à pressão, estilo de comunicação, capacidade de cumprir regras ou procedimentos, nível de organização, comprometimento com  prazos, grau de criatividade, flexibilidade, abertura, dentre outros aspectos, dependendo a ferramenta de avaliação aplicada. Utilize estas informações para identificar empresas e cargos que mais combinem com o seu perfil. 

Conseguiu chegar à uma entrevista de seleção? Não deixe de citar as competências que foram mapeadas em você e que são aderentes ao cargo para o qual você se candidatou. Fale do seu investimento na busca de autoconhecimento e das ações para redução dos gaps que você já tomou.

Acreditamos que abordagens como estas colocam você um passo à frente quando comparado a candidatos concorrentes que não dispõe deste rico conteúdo. 

Tem alguma dúvida ou contribuição que podemos incluir em novos textos sobre este tema?

Deixe sua sugestão nos comentários! E aproveite para nos contar sobre suas experiências.

Redação
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